quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Doença da vaca louca


Tecido cerebral com aspecto espongiforme
Príons são partículas proteicas responsáveis por diversas atividades, como amadurecimento dos neurônios. Entretanto, podem se tornar patogênicas, causando doenças crônicas e degenerativas do sistema nervoso central, deixando tais regiões com aspecto de esponja, ao serem observadas ao microscópio. A transmissão pode se dar de forma infecciosa ou hereditária; não provocando respostas imunitárias ou inflamatórias no indivíduo acometido.

A encefalopatia espongiforme bovina, ou mal da vaca louca, é uma doença priônica que afeta bovinos. De evolução bastante rápida após o surgimento dos sintomas, estes animais geralmente não resistem mais do que seis meses. Dificuldade de locomoção e nervosismo são as principais manifestações observáveis.

Acredita-se que a gênese desta doença está no fornecimento de ração para estes animais contendo carcaças de ovinos sem o devido aquecimento, como era feito na década de 70 e 80. Como provavelmente alguns destes espécimes estariam infectados pelo Scrapie (outra doença priônica); e pelo fato de que menos de uma grama de material do sistema nervoso é suficiente para contaminar um único indivíduo, esta é a hipótese mais aceita até o momento.

Uma doença causada por príons cujos sintomas são semelhantes ao mal da vaca louca e que acomete indivíduos da nossa espécie chama-se doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Esta, transmitida por meio de transfusões de sangue, contato com instrumentos cirúrgicos contaminados, herança genética ou de surgimento esporádico; causa dificuldades de locomoção e demência progressiva, sendo muitas vezes confundida com a demência senil ou Alzheimer. Sua incidência anual é de um caso a cada dois milhões de pessoas e, geralmente, leva o indivíduo a óbito em menos de um ano após o surgimento dos sintomas.

A nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, ou vDCJ, está relacionada ao consumo de carne bovina ou seus derivados contaminados pela encefalopatia espongiforme. Com período de incubação menor do que a anterior, ou seja: afetando indivíduos jovens, as manifestações sintomáticas são semelhantes.

Até o presente momento, nenhuma destas doenças é detectável em fase precoce e, após o surgimento dos sintomas, o que se pode verificar são as alterações na região do sistema nervoso central por meio de ressonância magnética e tomografia computadorizada, mas que são semelhantes a outras doenças neurológicas degenerativas. Assim, somente analisando o material cerebral ao microscópio, após o óbito, é que pode ser feito o diagnóstico confirmatório.

Como as doenças priônicas são incuráveis, o tratamento visa retardar e controlar os sintomas.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário